Revisão do Plano Diretor de Itumbiara
Relatório Reunião Setorial
Drenagem Urbana
Data: 08/12/2021
Horário: 15h
Local: Auditório do Palácio 12 de outubro, Itumbiara
O Presidente do CONDUR abriu a reunião as 15:15 horas. Deu as boas vindas a todos os presentes e anunciou uma apresentação de Cleiton, engenheiro da Secretaria de Obras, para introduzir o tema tecnicamente.
Cleiton parabenizou a gestão por estar colocando o tema em discussão. Disse que os problemas de drenagem da cidade são fruto da falta de planejamento adequado e esse debate que está sendo feito agora é essencial. Ele apresentou um mapa de como são as redes de drenagem em Itumbiara. As redes estão distribuídas em tubos de 60 cm, tubos de 80 cm, tubos de 100 cm e tubos de 120 cm. A grande maioria se encontra no Centro e no Alto Paranaíba, Ferreira da Costa, um pouco no Afonso Pena. As redes foram sendo executadas conforme a necessidade de cada rua. Elas não são interligadas. Temos 3 córregos principais por onde descem a nossa drenagem: o Trindade, o Agua Suja e o Córrego das Pombas, a grande maioria da Rede desagua nesses 3 córregos. Estamos jogando todas as águas pluviais do município nos córregos. Quando há muita precipitação enchem de água os córregos e os gabiões não tem suportado, exigindo reparos frequentes. O Córrego das Pombas gera inundações nos arredores da ULBRA, porque ele não suporta a quantidade de água caso ocorram grandes precipitações. A área de influência do Trindade é a maior entre os córregos urbanos de Itumbiara. Sua obra já foi executada há 30 anos e carece de manutenção. Ano retrasado tivemos a queda de parte do muro de gabião no Córrego Água Suja. No Córrego das Pombas também tivemos queda do gabião e do aterro, e é o local que mais exige reparos neste momento. Alguns trechos com inundação: Osvaldo Volgaringe com a Av Tancredo Neves, bacia do córrego Buritis. Rua Minas Gerais, no Centro, próximo ao Palace Hotel. Modesto de Carvalho, que serão resolvidos com as obras que já estão acontecendo, Restaurante Cozinha Caseira e Carpal. Rua Ribeiro Filho com Urussanga, no Bairro Nova Veneza. Av Afonso Pena, próximo a Mecalve, antiga Volkswagen.
Cleiton alertou que qualquer expansão gera pressão sobre a drenagem das áreas baixas, onde está o centro da cidade.
Gabriel da AMMAI
Alertou sobre a necessidade de manter área de infiltração em cada lote para diminuir a pressão sobre a drenagem. Tambem lembrou que a rede de esgoto também extravasa na viela M8, no bairro Social.
Leônidas
Lembrou que a canalização está subdimensionada e que precisa refazer tudo do zero, porque a estrutura que existe não aguenta.
Gabriel Pereira
Perguntou o que há de normativa ou o que precisa fazer para conter a piora disso.
Cleiton respondeu que as obras sempre foram feitas para atender os problemas quando aparecem. Agora temos a chance de ter uma assessoria nessa área para planejar. Hoje não temos um corpo técnico capaz de fazer um estudo nessa amplitude e há uma rotatividade grande na área de engenharia no município.
João Vieira
As casas não mantem os 20% de área permeável
Petrolinces
Falou de experiências que ele já viu. Um colega colocou na casa dele poços de infiltração de 30 cm nos cantos da casa e interligou, e isso diminuiu a quantidade de água que saiu para rua. Ontem, as 10hs deu uma forte chuva em Itumbiara. Praticamente não correu água nas ruas no Setor Paraíso. Lá temos 15% de permeabilidade bem cumpridas. Pra mim os 15% ou 40% não fazem diferença. No gramado da minha casa, com 15 minutos daquela chuva já está alagado. O adensamento das raízes, o pisoteio para fazer a grama, tudo contribui para a infiltração diminuir com o tempo. Até os gramados de futebol tem uma drenagem sofisticada para tirar a água com tubos. O que temos feito e tem dado certo é que toda construção que temos feito, a tubulação pluvial passa por um poço de recarga para depois jogar na rua. Sugere a possibilidade de aceitar a caixa de recarga. Também faltam poços de visita para que possamos fazer a limpeza das galerias pluviais. Sugere também os jardins de chuva. Sugere que seja oferecido desconto no IPTU para quem construir caixas de recarga.
Gabriel da AMMAI
Lembrou a importância de mantermos mais estações pluviométricas em funcionamento para que tenhamos dados para analisar.
José Marcio
Lembrou das contribuições enviadas pelo COMDEMAI para o Plano Diretor. Desde 2016, quando a revisão deveria ter sido feita os problemas tem se agravado. Precisamos fazer um diagnóstico para avaliar toda a extensão da rede de drenagem e utilizar técnicas de engenharia, empresas, profissionais que faça um plano de investimentos nessa área e realizar esses investimentos. Nesse aspecto, secretaria de planejamento e secretaria de obras precisa trabalhar para que isso seja assimilado pela administração. Pra fazer isso tem que ter vontade política e administrativa, colocar recurso orçamentário e buscar recursos no Estado e na União. Se tiver projeto com boa justificativa e dados técnicos podemos acessar esses recursos. Quando Petrolinces fala do incentivo do IPTU Verde, isso é importante. A soma de 100 mil pequenos pode tornar essa contribuição ambiental importante. Precisamos pensar além da infraestrutura de captação da água na educação para o uso dessas estruturas. A população descarta resíduos, restos de construção e há uma certa omissão dos profissionais de engenharia que assinam RT e não acompanham, não fiscalizam as obras que estão tocando. É preciso investir na educação para manter as bocas de lobo livres de lixo, a manutenção das áreas de infiltração de água nos lotes, para que as pessoas contribuam com o poder público. Muitas vezes o extravazamento das redes de esgoto acontece por mau uso.
Gabriel Pereira
Lembrou da necessidade da realização do Plano de Drenagem Urbana para subsidiar o Plano Diretor.
Lemos a contribuição do CONDEMAI enviada por escrito para a reunião.
João Vieira
Sugeriu o incentivo a construção de tanques de reaproveitamento de água da chuva.
Wender
Hoje o Condomínio Paraíso, pode servir como exemplo para fazer essa transformação na cidade de valorização das caixas de recarga. Sugeriu fazer vídeos mostrando a experiência exitosa. Lembrou que precisamos cobrar mais os fiscais mas dar melhor estrutura para seu trabalho para que o trabalho de fiscalização seja mais efetivo.
João Vieira
Lembrou a invasão do recuo frontal.
Petrolinces
Lembrou que o Plano de Drenagem de Uberlândia não resolveu o problema de alagamentos na cidade. Defendeu que os equipamentos de recarga são importantes para a drenagem urbana. Levantou as duas questões, como melhorar a estrutura já existente e o que exigir dos novos loteamentos para que eles não piorem a drenagem da cidade. Lembrou da necessidade de manter calçadas sempre maiores de 3 metros para que possam abrigar além dos vários equipamentos públicos poços de drenagem.
Bruno da AENGI
Fez contribuições sobre como pode funcionar a estrutura do sistema de fiscalização das obras da prefeitura. Sugeriu uma campanha educativa com os engenheiros sobre a legislação de posturas e de obras. Petrolinces apoiou.
Cleiton
Lembrou da necessidade que esse debate não pare e que fique como um legado para a cidade, que quando troque o governo essa formulação de políticas para a drenagem urbana não retroaja.
– Entramos no tema dos caminhões entrarem na cidade e da instalação de um Centro de Distribuição
Petrolinces
O problema são as carretas, não os caminhões Truck. A gente não pode onerar o custo da cidade que pode atrapalhar o desenvolvimento. Mas pode haver restrição de horários.
Por fim, houve consenso que talvez fosse melhor não criar restrições para não aumentar o custo das operações na cidade. Também foi descartada a exigência do Centro de Distribuição.
As 18:30, Wender Borges encerrou a reunião agradecendo a presença de todos na pessoa do Bruno, presidente da AENGI, Petrolinces, funcionários da secretaria de planejamento, Édio do Corpo de Bombeiros, e toda a equipe.