Revisão do Plano Diretor de Itumbiara
Relatório Reunião Setorial
Zoneamento de áreas industriais e empreendimentos de grande impacto
Data: 24/11/2021
Horário: 15h
Local: Auditório do Palácio 12 de outubro, Itumbiara
O Presidente do CONDUR, Wender Borges abriu a reunião às 15:30, saudando a presença de todos. Aengi, CREA e Associação Comercial enviaram representantes, além da equipe da prefeitura.
Temos mais um distrito industrial sendo formado na BR 153, do lado esquerdo de quem sai da cidade, com a instalação de novas indústrias. Área não zoneada
Imepac:
Preocupação com a mobilidade, com a via de acesso, com a pressão imobiliária
Lauro:
Sobre a dificuldade de encontrar locais e o que é necessário para a instalação de novas indústrias. A indústria precisa de água e energia. A Canpack tinha um terreno perto de Uberlândia, e ela ficou sabendo do incentivo fiscal oferecido por Goiás. A empresa tinha pressa. O Governo do Estado ofereceu uma área contígua ao DIAGRI. Mas por causa da necessidade de energia, eles preferiram ficar mais perto da subestação. O Diagri também teve dificuldade com água, com a empresa CCPL, Laticínios Paulista. A maioria das áreas do DIAGRI está em litígio, porque os empreendedores quebraram e deram essas áreas em garantia para conseguir empréstimos.
Há interesse na montagem de um distrito industrial particular, na região da BR153, do lado esquerdo, onde está a CanPack. Também há interesse do município em uma montar um distrito industrial municipal em uma área pública contígua a esta, com 24 alqueires.
Itumbiara é a cidade goiana mais próxima de São Paulo, maior centro consumidor do Brasil. Por isso, tem localização estratégica. A Canpack se instalou na cidade em 2018 para produzir 3 milhões de latinhas para bebidas por dia, com expectativa de expansão. Investiram 260 milhões. Hoje, 3 anos depois, já produzem 7 milhões de latinhas por dia.
A Caramuru está montando estrutura para produção de soja concentrada para produzir ração de peixe para exportação. Para isso está expandindo sua planta para o fundo da sua área atual. As obras para essa expansão já começaram.
Uma empresa especializada em Couro especial que não pega fogo foi construída, abrindo um novo segmento industrial na cidade, que posteriormente foi vendida para o grupo JBS.
Água é um problema para a expansão industrial. A CanPack usa água do córrego Trindade, eles têm 2 tanques de um milhão de litros, mas seus processos não usam muita água na fabricação.
Quanto a energia, a Subestação Paranaíba abastece as indústrias, fica às margens da BR 153 do lado direito. A cidade conta com mais duas subestações de energia para as outras demandas urbanas.
Na região leste, as margens do Rio Paranaíba uma indústria recicla resíduos para fazer óleo lubrificante.
Até hoje o DIAGRI não está totalmente asfaltado, impossibilitando a entrada de indústrias alimentícias.
Angelo:
As industrias são importantes pra cidade, geram trabalho e ocupação. O que é uma indústria? Nos últimos 10 anos em Goiás, a guerra fiscal de atração dos investimentos se converteram em processos verticalizados e não democráticos. O que foi oferecido a essas empresas é exagerado. O que foi oferecido a Suzuki foi um carnaval. Se falava em investimentos de mais de 1 bilhão, de modo que se instituiu a estrutura às margens da BR, uma área de grande sensibilidade ambiental. Financiamento do FCO, Banco do Brasil e ao fim não virou nada, não foi construída. A Heineken, vinha pra cá, gerou na região uma corrida especulativa. Ela estava sendo instalada na rodovia que vai pra Buriti Alegre, usando água do Rio Paranaíba. A indústria altera o ambiente, o clima, exige transporte público (que ainda não temos). Toda a cidade, por falta de transporte público correu para o transporte em duas rodas. Estou cansado de ver esses empreendimentos fracassados do ponto de vista da geração de empregos e da melhoria da sociedade. A produção de farelo de soja sai pra onde? A cadeia produtiva provoca uma perda de energia gigantesca. Não me anima essa sanha em torno do industrialismo. Não há padrão pra Itumbiara, o capital decide onde coloca seus empreendimentos. Temos que pensar onde essas indústrias poderiam se instalar. Os impactos ambientais são grandes. A gestão de Itumbiara tem sido autoritária, precisamos calcular os impactos desses empreendimentos. Quando foi feito o lago da represa ele expulsou os moradores ribeirinhos e sequer sabemos pra onde essas pessoas foram. O impacto desses empreendimentos na população precisa ser mapeado.
Lauro aparteou dizendo que precisa de emprego e a indústria é isso. Hoje a indústria é a mais preocupada com o meio ambiente. O presidente da CNI defende o projeto Brasil Verde.
Ângelo retornou que o DIAGRI polui o ar e não há pra quem reclamar sobre isso. Tem denúncia de pessoas jogando caminhão pipa de lixo tóxico no Paranaíba.
Artur falou em pensar instrumentos para inibir a ocupação fora das regiões de planejamento.
Obede sugeriu a exigência de cinturões verdes entre as áreas industriais e as residenciais. Também uma preocupação com o lançamento de efluentes das indústrias.
Por fim, acabamos a reunião apontando que as melhores áreas para ampliação industrial seriam ao norte da cidade, onde já está instalada a Canpack ou a região ao lado do DIAGRI, do outro lado da Av Modesto de Cavalho no entroncamento com a BR 452. As duas áreas atendem bem logisticamente e estariam ambientalmente menos vulneráveis. A equipe da AMMAI se comprometeu a estudar as áreas para apresentar contribuições.